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quarta-feira, 16 de março de 2011

Uma pontuação sobre a Inveja no conceito Kleiniano

Segundo  Melanie Klein (por Hanna Segal) a inveja é uma relação de duas partes, na qual o sujeito inveja o objeto por alguma posse ou qualidade; É experimentada essencialmente em termos de objetos parciais, embora persista em relações de objeto total.
A inveja é impregnada de instintos de morte, porque ataca a fonte de vida, podendo ser considerada como sendo a mais primitiva externalização do instinto de morte.
No desenvolvimento, a inveja surge logo que o bebe se da conta do seio como fonte de vida e de experiência boa; A gratificação real que ele experimenta no seio, reforçada pela idealização, faz com que sinta que o seio é a fonte de todos os confortos, físicos e mentais, reservatório inesgotável de alimento e calor, amor, compreensão e sabedoria.
A experiência de satisfação que este objeto pode dar aumentará o seu amor e seu desejo de possuí-lo, preservá-lo e protegê-lo, porem essa mesma experiência, também desperta no bebe o desejo de ele próprio ser a fonte de tal perfeição; ele experimenta penosos sentimentos de inveja, os quais acarretam o desejo de danificar as qualidades deste objeto.
Fortes sentimentos de inveja conduzem ao desespero. Um objeto ideal não pode ser encontrado e, portanto, não há esperança de amor ou de qualquer ajuda. Os objetos destruídos são fonte de perseguição interminável e, posteriormente, de culpa.
Ao mesmo tempo, a falta de introjeção boa priva o ego de sua capacidade de crescimento e de assimilação, a qual diminuiria o sentimento de um espaço entre si mesmo e o objeto; surge então um círculo vicioso, no qual a inveja impede a introjeção boa, aumentando por sua vez novamente a inveja.