Um espaço de acesso a pensamentos, pontuações e grandes obras da psicanálise.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Uma pontuação sobre a Inveja no conceito Kleiniano

Segundo  Melanie Klein (por Hanna Segal) a inveja é uma relação de duas partes, na qual o sujeito inveja o objeto por alguma posse ou qualidade; É experimentada essencialmente em termos de objetos parciais, embora persista em relações de objeto total.
A inveja é impregnada de instintos de morte, porque ataca a fonte de vida, podendo ser considerada como sendo a mais primitiva externalização do instinto de morte.
No desenvolvimento, a inveja surge logo que o bebe se da conta do seio como fonte de vida e de experiência boa; A gratificação real que ele experimenta no seio, reforçada pela idealização, faz com que sinta que o seio é a fonte de todos os confortos, físicos e mentais, reservatório inesgotável de alimento e calor, amor, compreensão e sabedoria.
A experiência de satisfação que este objeto pode dar aumentará o seu amor e seu desejo de possuí-lo, preservá-lo e protegê-lo, porem essa mesma experiência, também desperta no bebe o desejo de ele próprio ser a fonte de tal perfeição; ele experimenta penosos sentimentos de inveja, os quais acarretam o desejo de danificar as qualidades deste objeto.
Fortes sentimentos de inveja conduzem ao desespero. Um objeto ideal não pode ser encontrado e, portanto, não há esperança de amor ou de qualquer ajuda. Os objetos destruídos são fonte de perseguição interminável e, posteriormente, de culpa.
Ao mesmo tempo, a falta de introjeção boa priva o ego de sua capacidade de crescimento e de assimilação, a qual diminuiria o sentimento de um espaço entre si mesmo e o objeto; surge então um círculo vicioso, no qual a inveja impede a introjeção boa, aumentando por sua vez novamente a inveja.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Uma contribuição á psicogênese dos estados maníaco-depressivos (pontuações sobre o texto)

Melanie Klein -1935
             Este artigo apresenta idéias novas importantes em que propõem duas teorias interligadas: uma teoria do desenvolvimento inicial e uma teoria da origem da doença maníaco-depressiva.
A teoria refere que já no primeiro ano de vida do bebe, ocorre uma mudança significativa nas relações de objeto, tornando-se de parcial para total. Essa mudança coloca o ego em uma nova posição, onde consegue se identificar com seu objeto. Ele passa a ter medo de perder o objeto amado bom, e alem das ansiedades persecutórias, começa a sentir culpa pela agressividade contra o objeto. O ego passa a mobilizar as defesas maníacas para aniquilar os perseguidores e lidar com a nova experiência de culpa e de desespero (posição depressiva)
O resultado esperado da P. Depressiva é a firme internalização do objeto bom. Caso isso não ocorra, surge então um cenário psíquico para doenças depressivas.
Apesar do artigo se concentrar na P. Depressiva infantil, ele esclarece através do contraste a natureza geral da Posição Paranóica anterior como uma situação caracterizada pela ansiedade paranóide, relações com objetos parciais e uma cisão dos objetos e das emoções. 
Já nos primeiros meses de existência, o bebê tem impulsos sádicos dirigidos não só contra o seio da mãe, mas contra o interior de seu corpo. O desenvolvimento do bebe é governado por mecanismos de introjeção e projeção . Desde o inicio, o ego introjeta objetos maus e bons (sendo o seio da mãe servindo para ambos). (objetos considerados maus não só porque frustram o desejo do bebe mas também por causa da agressão projetada sobre eles).
As fantasias que o bebe faz dos objetos maus (devoradores, destruidores etc.) são imagens distorcidas de forma fantásticas dos objetos reais em que estão baseadas, que se instalam não só no mundo externo, como também dentro do ego, através do processo de incorporação.
Um dos métodos mais remotos de defesa contra o medo de perseguidores (ext. ou int.) é através da negação da realidade psíquica, podendo causar uma restrição nos Mec. de introjeção e projeção, alem da negação da realidade externa. Esse processo forma a base das psicoses mais graves.
O ego também pode tentar se defender dos perseguidores internalizados através dos processos de expulsão e de projeção, formando a paranóia. É possível detectar parte dessa ansiedade no medo infantil de bruxas e feras malvadas etc., mas nesse caso ela já foi submetida a projeção e a modificação.
As defesas típicas da paranóia buscam principalmente eliminar os “perseguidores”. A medida que o ego se torna mais organizado, as imagos internalizadas vão se aproximando da realidade e ele se identifica de forma mais completa com objetos bons. O medo da perseguição, que de inicio era percebido como uma ameaça para o próprio ego, agora também se relaciona com o objeto bom. A partir desse momento, a preservação do obj. bom é encarado como um equivalente a sobrevivência do ego.
Com esse desenvolvimento ocorre uma mudança importante: A passagem de uma relação de objeto parcial para a relação com um obj. total. Ao dar esse passo, o ego atinge nova posição, que serve de base para a situação chamada de perda do obj. amado. Só quando o obj. é amado como um TODO é que sua perda pode ser sentida como um todo.
Quando um cç (ou um adulto) se identifica de forma mais completa com um obj bom, os anseios libidinais aumentam, ela desenvolve amor e desejo vorazes de devorar esse objeto, e o mec. de introjeção é reforçado.
Outro estímulo para o aumento da introjeção é a fantasia de que o obj. amoroso pode ser preservado com segurança no interior do próprio individuo. Nesse caso, os perigos do interior são projetados para o mundo externo.
Klein também aponta que há uma profunda ansiedade a respeito dos perigos que guardam o obj. dentro do ego.O interior do individuo pode ser percebido como um lugar perigoso e venenoso.Trata-se de uma situação em que o ego se identifica totalmente com os obj bons internalizados e, ao mesmo tempo, percebe sua própria incapacidade de protegê-los e preservá-los do id e dos obj persecutórios internalizados.
O medo de que o obj bom seja expelido juntamente com o obj mau faz com que os mecanismos de expulsão e projeção vão perdendo o seu valor.Nesse estagio, o ego recorre mais a introjeção do obj bom como mec.  de defesa. A este se associa outro mec. importante de reparação ao obj.
O ego, entretanto, ainda não consegue acreditar completamente na benevolência do objeto, nem sua própria capacidade de restituição. Por outro lado, através da identificação com o obj bom e com todos os avanços mentais que sofreu, o ego se vê obrigado a ter uma noção mais completa da realidade psíquica, o que gera grandes conflitos.
Tanto os obj maus quanto os bons são ameaçados pelo id, pois cada acesso de ódio ou ansiedade pode resultar numa “perda do obj amado”.Toda a experiência que aponta para a perda do obj amado real estimula o medo de também perder aquele que foi internalizado.
Os processos que mais tarde surgem claramente como perda do obj amado são determinados pelo fracasso sentido pelo sujeito, durante o desmame, em manter seu obj bom internalizado, em apossar-se dele. Um dos motivos para esse fracasso é sua capacidade de vencer o medo paranóide dos perseguidores internalizados.
Assim Klein afirma que a influencia direta dos processos iniciais de introjeção sobre o desenvolvimento normal e patológico é muito mais importante do que se pensava. Os primeiros obj incorporados já formam a base do superego e participam de sua estrutura.
No melancólico existe uma extrema severidade do superego relacionada às perseguições e exigências dos obj maus internalizados, aos ataques destes obj, a necessidade de cumprir as exigências dos obj bons, alem de protegê-los e apaziguá-los dentro do ego e a constante incerteza a respeito da verdadeira bondade do obj bom- todos esses fatores se combinam para produzir no ego uma sensação de estar preso entre reivindicações contraditórias e impossíveis de se realizar, condição sentida como um peso na consciência.
O Ego se submete a uma escravidão ao cumprir com as exigências e advertências cruéis do obj amado que se instalou dentro de si. O ego procura manter os obj bons afastados dos maus, os reais afastados dos fantásticos, o resultado é uma idéia de obj extremamente maus e outros extremamente perfeitos, ou seja, os obj amados são em vários aspectos profundamente morais e exigentes.
Essas exigências rigorosas servem ao propósito de apoiar o ego na luta contra o seu ódio incontrolável e os obj maus que atacam com os quais o ego em parte se identifica. Quanto mais forte a ansiedade de perder os obj amados, mais o ego tentará salvá-los. Da mesma maneira, quanto mais árdua for à tarefa de restauração, mais rígidas serão as exigências associadas ao superego.
Sentimentos de ansiedade paranóica e ansiedade depressiva estão muito ligados entre si, porem a ansiedade persecutória esta relacionada principalmente a preservação do ego, e a ansiedade depressiva esta relacionada a esforços para salvar obj bons internalizados e externos.
Somente quando o ego introjeta o obj como um todo, é que ele percebe o desastre criado pelo seu sadismo e principalmente pelo seu canibalismo. Só então ele sofre por causa disso. É preciso uma identificação mais completa com o obj amado e um reconhecimento mais completo de seu valor para que o ego perceba o estado de desintegração a que reduziu. Percebe que seus objetos amorosos estão num estado de dissolução, em pedaços. Surgem sentimentos como desespero, remorso e ansiedade. Sentimentos que também estão relacionados com a depressão.
No estado de depressão, a tentativa de restauração do obj amado se associa ao desespero, pois o ego não confia na sua capacidade de realizar essa restauração.
As censuras que o depressivo dirige a si mesmo, dizem respeito a acusações contra o obj introjetado porem,o ódio do ego pelo id, pode explicar ainda melhor os sentimentos de desmerecimento e desespero.
O conhecimento incs por parte do ego de que o ódio também esta presente juntamente com o amor, e de que a qualquer momento ele pode se tornar o elemento mais poderoso (ansiedade do ego de se deixar levar pelo id e destruir o obj amoroso)que traz  o sofrimento, o sentimento de culpa e desespero .
O paranóico também introjeta um obj inteiro e real, mas não consegue se identificar com ele, não conseguindo manter a identificação, pois a ansiedade persecutória é forte demais. Alem disso, ele não consegue suportar as ansiedades adicionais em torno do objeto amado, nem os sentimentos de culpa e remorso que acompanham a posição depressiva. Com isso, o sofrimento ligado a posição depressiva o joga de volta a posição paranóica. De qualquer maneira, a P. Depressiva é atingida, e, portanto, a possibilidade de depressão sempre estará presente.
Comparando os sentimentos de desintegração, se verifica que o depressivo está cheio de pesar e ansiedade pelo o objeto, que tenta juntar novamente num todo, enquanto para o paranóico o objeto desintegrado é principalmente uma multidão de perseguidores.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A anorexia

Considerando que atualmente existe uma série de vertentes que buscam uma compreensão para os sinais da anorexia, o texto a seguir, refere-se á uma parcial reflexão seguindo o pensamento psicanalítico.
            Através dele, podemos também compreender a anorexia como um conjunto de sintomas relacionados a um funcionamento psíquico complexo, não o reduzindo, portanto a uma patologia primária e sim como uma conseqüência de algo que provem de um local muito mais profundo.
            Inicialmente através de Freud, o trabalho trará uma relação da anorexia com os estudos da histeria, com a melancolia, com a sexualidade e com a fase oral ou canibalesca. Mostrando também o quanto os sintomas anoréxicos podem estar associados a um mau vínculo entre a mãe e a doente (considerando os pensamentos kleinianos e de autores contemporâneos).
            Inicialmente Freud considera inadequada a prática da psicanálise no tratamento da anorexia referindo que ela somente é efetiva quando "(...) a pronta eliminação dos sintomas não seja a tarefa primordial do médico, como na anorexia" (Freud, 1904:237). Posteriormente volta a afirmar que "(...) não se deve recorrer à psicanálise quando se trata de eliminar com rapidez fenômenos perigosos, como, por exemplo, na anorexia histérica" (Freud, 1905 :248).
Em 1893, nos Estudos sobre a histeria, Freud e Breuer consideraram a presença de
“vômitos crônicos e anorexia, levados ao extremo de rejeição de todos os alimentos” (p.42)
como um dos principais sintomas que estariam presentes na histeria. Sua insistente recusa alimentar foi vista como exemplo típico de uma forma de abulia, tão presente nas histéricas.
A magreza decorrente da restrição alimentar era entendida por Freud como um sintoma conversivo e, portanto, estaria claramente ligada à histeria, não podendo se separar
da estrutura histérica.
Uma relação entre a anorexia e a histeria se estabelecia e se justificava pela intensa carga afetiva e manifestações no corpo, que eram naquela época os principais meios através dos quais as histéricas evidenciavam seu sofrimento. De acordo com a hipótese freudiana, o excesso de afeto se transformava em repulsa e era deslocado para os alimentos que passavam então a serem evitados.
Em 1895, Freud estabeleceu a relação entre anorexia e melancolia, e por outro lado, entre melancolia e histeria, considerada como anestesia sexual.  Foi neste trabalho também que a anestesia sexual apareceu como sendo análoga à anorexia nervosa, evidenciando a relação entre a aversão à sexualidade e a repulsa alimentar.
            A partir daí, a melancolia pôde entrar em cena na compreensão da anorexia, já
que a ausência de apetite sexual, na melancolia, podia ser equiparada à perda de apetite na
anorexia. A falta de apetite estaria presente, portanto em sua vertente alimentar e sexual,
principalmente nas jovens nas quais a sexualidade não teria se desenvolvido, isto é, estaria
recalcada, o mesmo acontecendo com a histeria e a anestesia sexual que a caracteriza. O
recalque da sexualidade na melancolia e a alta incidência da anorexia no sexo feminino
reforçavam a relação entre esses quadros e a histeria.
     Foi somente muitos anos depois, que Freud entendeu o “distúrbio do apetite como resultado de algum processo na esfera da sexualidade” (p. 133). Ao falar sobre a perda do apetite do Homem dos Lobos, Freud mencionou a anorexia nervosa, referindo-se a esta como uma neurose característica das meninas, cuja irrupção se daria na puberdade.

"É sabido que existe uma neurose nas meninas que ocorre numa idade
muito posterior, na época da puberdade ou pouco depois, e que se exprime à
aversão à sexualidade por meio da anorexia. Essa neurose terá que ser
examinada em conexão com a fase oral da vida sexual  (Freud, 1918
[1914]: 133).

           Nesta citação Freud atribui uma relação entre a anorexia e a fase oral ou canibalesca do desenvolvimento libidinal. È nesta fase que Freud estabeleceu que a função nutricional estaria atrelada à atividade sexual, com um mesmo objeto servindo às
duas funções.

“A primeira dessas organizações sexuais pré-genitais é a oral, ou se
preferirmos, canibalesca. Nela, a atividade sexual ainda não se separou da
nutrição, nem tampouco se diferenciaram correntes opostas no seu interior.
O objeto de uma atividade é também o da outra, e o alvo sexual consiste na
incorporação do objeto – modelo do que mais tarde irá desempenhar, sob a
forma da identificação, um papel psíquico tão importante.” (1905, p. 186)

            Nesta mesma época, em 1915, Freud escreveu Luto e melancolia (1917 [1915]), e
apontou a recusa de alimentos como sendo decorrente de uma melancolia severa. O sujeito,
pela impossibilidade de investir libidinalmente em novos objetos, ficaria reduzido ao seu
próprio eu, se autoconsumindo. Portanto, a recusa de alimentos, que poderíamos entender
como anorexia, seria um sintoma presente em formas graves de melancolia e teria relações
com a fase oral ou canibalesca do desenvolvimento libidinal.
            Em resumo, pode-se dizer que para Freud a anorexia eclodiria no período da puberdade e viria denunciar um conflito, em que a aversão à sexualidade remeteria à idéia
de repulsa e à perda da libido, que em última instância ocasionaria a perda do apetite,
constituindo-se, portanto, para ele num distúrbio oral.
Depois de muitos anos, a partir da década de 60, que diversos autores deixam de priorizar a relação da anorexia com a fase oral e conflitos intrapsíquicos e passam a considerar as relações interpessoais, dando especial ênfase à intensa ligação mãe-filha.
            Considerando a leitura Kleiniana, o comportamento anoréxico foi compreendido como expressão do narcisismo patológico, em que a mãe não só não é reconhecida como parte separada da filha, como também é sentida como não tendo nada bom a oferecer. A inveja primária é tão perniciosa que destrói toda a relação, não havendo o seio bom uma vez que sua existência significaria o reconhecimento de algo bom fora da filha que pode ser intolerável. A anorexia nervosa seria concebida como um ataque invejoso à mãe e ao seio materno, com o objetivo de negar a dependência e a possibilidade de perda do objeto.
            A típica mãe da anoréxica seria descrita como possessiva opressora e superprotetora e, sendo assim, incapaz de ver sua filha como um objeto separado dela. Essa relação de dependência com a mãe impossibilitaria que a filha fizesse uso de seu corpo como um objeto de prazer e criaria um tipo de vínculo que dificultaria qualquer possibilidade de autonomia, seja de pensamento ou de ação. Assim, o reconhecimento das necessidades do corpo e sinais físicos estaria comprometido por esta falta de autonomia.
A impossibilidade em obter controle sobre si e sobre sua mãe acarretaria no controle do próprio corpo como forma de expressar a dificuldade de separação do objeto materno.
Se a vida da anoréxica é controlada pela mãe, lhe resta manter seu corpo sob o seu próprio domínio.
       O corpo passa a ser o receptor de todo ódio e aversão vividos nas relações objetais pelo sujeito. Desta forma, a evitação de alimentos, o número exato de calorias ingeridas, jejum, vômitos, exercícios extremados e a manutenção de um baixo peso através do emagrecimento representariam, portanto, esta tentativa de controle sobre o objeto mau internalizado, identificado com seu corpo.
A anoréxica apresenta uma à inabilidade de reconhecimento da fome, fadiga, frio, calor, assim como os estados afetivos em geral. Comumente ela se sente atrelada ao outro, impossibilitada de reconhecer seu próprio desejo. A postura desafiadora e de poder que apresentam em seu corpo viria apenas encobrir o sentimento de impotência vivido por ela.                         Evitar o fato de que têm necessidades tanto físicas, como a alimentação, por exemplo, quanto em relação ao outro é a chave da existência, pois em suas fantasias, não precisar de nada significaria ser completamente auto-suficiente e independente e as preveni-las-ia dos
sentimentos de angústia que aparecem frente à separação, sobretudo a separação da mãe.
Ao comer, ela se defronta com a separação e de que é mortal. Então, ao não comer, nega a morte e a separação da mãe. Esta concepção parece apontar para uma predominância da pulsão de morte, numa busca regressiva de prazer, evidenciando uma espécie de confusão entre corpo/desejo materno.
            O alimento representaria o objeto exterior e a conflituosa relação estabelecida com ele seria também um contraponto entre o que viria defender o sujeito contra seu medo de ser invadido pelo objeto e de que dele possa necessitar, e a proteção do vazio interno e do risco de perder esse objeto-eu.
 Assim se vê, o poder conferido ao objeto pela anoréxica e a ameaça que ele representa o que interfere na possibilidade de obter prazer na relação com o outro. A proximidade ao objeto representa uma ameaça narcísica na medida em que fragiliza a integridade do ego.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Uma auto-análise a partir de um sonho

              A seguir, usarei meu próprio exemplo para fazer uma análise e uma possível interpretação real de um sonho vivido por mim.
            Desde que iniciei a leitura sobre a “Interpretação dos sonhos” (Freud, 1900), tenho conseguido resgatar com maior facilidade as lembranças de meus sonhos e apresentado maior interesse pelos seus possíveis significados. Sendo assim, tenho praticado com certa freqüência o “exercício” de auto-análise.
Resolvi escrever um dos primeiros sonhos em que pude entrar em contato com conclusões mais consistentes e um pouco mais esclarecedoras em relação à interpretação dos meus próprios sonhos, me permitindo assim, uma maior experiência de análise e compreensão tanto da prática do sonhar como da teoria á ser estudada.
Relato do sonho:
            Ao acordar, tive a impressão de que a duração temporal do sonho teria ocupado quase que todo tempo em que estive dormindo, me recordando de cenas claramente nítidas, porém desordenadas cronologicamente e pertencentes a uma organização confusa.     
Recordo-me de estar dentro de um carro, sentada sozinha no banco de passageiro com a sensação de alguém estar no banco do motorista responsável por guiar o carro (não consigo me recordar da sua imagem, mas me parecia um motorista de táxi desconhecido).
O carro estava estacionado próximo à calçada da rua onde em frente se localizava a porta de uma estação de metrô. Lá permaneci por algum tempo, aguardando por alguém.
Depois de algum tempo, minha irmã mais nova, sai pela porta, como quem estivesse vindo de dentro da estação ao meu encontro.
 Parecia estar muito brava, fazia expressões faciais de nervoso e gesticulava as mãos como se estivesse discutindo comigo. Eu reconhecia o seu estado emocional, porém não conseguia ouvir com nitidez o conteúdo daquilo que estava tentando me dizer.
            Começo a tentar convencê-la a parar de “brigar” e entrar no carro, mas ela se recusa , preferindo subir á pé uma longa e difícil ladeira.
            Na medida em que ela seguia andando, fui acompanhando seus passos com o carro, na tentativa de convencê-la a entrar, porém ela se recusava , deixando bem  claro para mim o seu estado emocional irritadiço.
            Intercalada a todas estas cenas, me recordo de uma sacola com uma garrafa de vinagre dentro do táxi, na qual a acomodei no banco de trás.
A interpretação do sonho:
          
Ao iniciar a reflexão sobre os conteúdos do sonho, procurei entrar em contato com os sentimentos relacionados com a situação semelhante vivida durante o período de vigília.
            Pude perceber então, o quanto me sinto incomodada com a sensação de dependência de alguém mesmo sendo responsável por isso.
            E o quanto naquele dia, ficou exposto os meus sentimentos de “raiva” e “descontentamento” pela minha irmã, que recusa uma solicitação, na qual compreendia como sendo uma obrigação dela em satisfazer a minha necessidade.
            Isso permitiu esclarecer algo no meu comportamento que funciona como um sintoma, já que pude identificar diversas situações do meu cotidiano em que me sinto “descontente” quando me vejo impossibilitada de resolver algo de acordo com as minhas expectativas.
            E o quanto apresento a dificuldade em admitir isso, “manipulando” algumas situações em que eu consiga desencadear no outro aquilo que eu mesma estou sentindo.
            Cheguei a esta conclusão quando identifiquei no sonho, a “raiva da minha irmã” como um desejo meu, de poder fazê-la sentir tais emoções, funcionando como uma espécie de “troco”.
Porém algo na minha “censura interna” me fazia acalmar a reação dela, negando o verdadeiro sentido do desejo.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sobre o início do tratamento – S. Freud

           Neste texto Freud utiliza-se de sua experiência para colocar algumas “regras” referentes à prática psicanalítica. Enfatizando que tais regras devem ser compreendidas como recomendações, levando em consideração seus limites e a complexidade dos processos mentais.
            Descreve que o paciente ao chegar para ser analisado é preciso iniciar uma preliminar (de uma ou duas semanas) anterior ao início do tratamento, onde o analista poderá colher maiores informações sobre o indivíduo amenizando também o sentimento de frustração caso não se adaptem aos métodos propostos, pois terá em mente que o tratamento ainda não havia iniciado. Nesta fase preliminar, o analista deve interromper o mínimo necessário, fazendo com que o paciente sinta-se confortável para dizer tudo que lhe vem à mente.
            Freud alerta que se deve desconfiar dos pacientes que resistem ao início do tratamento, pois podem não comparecer quando a ocasião é combinada.
            Faz também um alerta sobre as dificuldades encontradas em atendimentos de pessoas próximas, que mantém um laço de amizade, ou laços sociais.
            Considera de pouca importância o nível de confiança que o paciente sustenta pelo tratamento, já que isso se torna mínimo de ante as resistências internas.
            Descreve que mesmo aquele que também possui suas resistências internas, pode perfeitamente realizar uma análise em outras pessoas.
            Ao se iniciar o tratamento psicanalítico, deve-se acordar em relação ao tempo e o pagamento. Cabe ao paciente arcar com aquele horário que lhe foi atribuído, sendo ele utilizado pessoalmente ou não. Assim Freud acredita que se reduzem as resistências e se mantém o material trabalhado. Enquanto o analista não deve sentir-se culpado, pois o tempo quase nunca se é utilizado com atividades remuneradas de lazer sendo  mesmo de ante ao não comparecimento do paciente a análise continua a acontecer. Porém, abre uma exceção para doenças físicas, nas quais o paciente pode apresentar um interesse psíquico de comparecer.
            Em relação à freqüência, Freud refere trabalhar com seus pacientes todos os dias da semana, sendo três vezes por semana os casos leves ou que já se encontram melhor. Alegando que mesmo interrupções breves (como dos finais de semana) já prejudicam o conteúdo trabalhado. Assim como o tempo de sessão, em que alguns casos, uma hora não se faz suficiente.
            Quanto à curiosidade que se apresenta em relação ao tempo de duração do tratamento, Freud coloca como uma pergunta quase irrespondível, já que o trabalho varia de acordo com cada funcionamento psíquico e não se pode atingir uma conclusão antecipada de como o trabalho irá prosseguir. Porém afirma que a psicanálise não acontece de forma breve (“meio ano ou anos inteiros”), considerando que as profundas mudanças da mente necessitam de tempo para acontecer.
            Coloca como necessário o conhecimento de que as neuroses funcionam como um todo, não sendo possível tratar sintomas isoladamente.
            Sendo o paciente ideal aquele que busca saúde completa e disponibiliza o tempo que for necessário para a realização do trabalho.
            Em relação ao dinheiro cobrado em sessão, Freud considera condição básica para que o trabalho aconteça, sugerindo para que não se faça caridades ou tratamentos gratuitos, pois quando se sobrecarrega de forma não equilibrada uma das partes, a análise pode ser prejudicada. Interferindo inclusive na relação transferecial.
Deve-se falar com o paciente sobre dinheiro de maneira aberta e clara, assim como se deve falar sobre a sexualidade, demonstrando que ambos podem ser tratados de maneira civilizada e esclarecida.
            O analista, segundo ele, deve cobrar um valor considerável tendo em mente que possui um método de trabalho útil e eficaz, assim como um cirurgião. Avaliando que a doença e a estupidez são sempre mais “caros” que qualquer tratamento.
               Freud explica sobre a utilização do divã, que em primeiro lugar é feita para benefício do próprio analista, que deve estar preservado de influenciar através de seus pensamentos inconscientes e expressões corporais na corrente dos pensamentos do paciente, assim como evita de ser “observado” durante toda sua jornada de trabalho.
            Inicialmente deve-se deixar que o paciente inicie sua fala do ponto onde escolher, porem anteriormente deve-se fazer a observação para que ele diga tudo que sabe a seu respeito, procurando dizer principalmente conteúdos que parecem ser censurados pela mente, trazendo a impressão de que não devem ser ditos.
            Orienta que nunca se deve esperar um relato sistemático, como não se deve incentivá-lo, alegando que cada detalhe pode ser usado como conteúdo de trabalho e que repetições sempre acontecem.
            Diminuem-se ás resistências, as influências e o “desperdício” de conteúdos importantes quando o paciente evita comentar sobre o tratamento com pessoas de seu convívio.
            Caso o paciente apresente necessidade de realizar um tratamento de causa orgânica, convém encaminhá-lo a outro especialista, nunca oferecendo na análise outros caminhos que o possam levar a saúde.
            Freud utiliza-se de sua experiência prática para concluir que o conteúdo a ser trabalhado deve-se restringir ao que o paciente comunica, não havendo efetividade nas informações provindas do externo (como de parentes ou cônjuges).
            Somente após uma eficaz transferência e vínculo já estabelecido é que se deve comunicar ao paciente as interpretações e intervenções. Não sendo recomendado utilizar pontos de vistas que contrariem ou julgue de forma moral aquilo que o paciente diz. Assim como se deve atentar para não realizar “diagnósticos relâmpagos” que geralmente acontecem no momento em que o paciente não se encontra preparado, gerando assim um efeito contrário no sucesso da análise. Fazendo como que a resistência aumente a possibilidade de superá-la diminua.
            Freud recorda que o que motiva o paciente a fazer análise é o sofrimento vivido por ele e o desejo de curar-se, não tendo para este fim o conhecimento necessário do caminho a seguir e de como arrecadar energias para romper as barreiras da resistência, sendo esses os dois pontos oferecidos a ele durante a terapia psicanalítica. Sendo possível reduzir ou eliminar os sintomas ao longo do processo de mudança e ganhar uma maior compreensão intelectual sobre si próprio.
           

Texto: Repressão – Freud 1915.

Freud declara que “A teoria da repressão é a pedra angular sobre a qual repousa toda a estrutura da psicanálise”.
Existem algumas resistências que procuram tornar inoperante um impulso instintual, sendo assim, ele se passa para o estado de “repressão”. “A repressão é uma etapa preliminar da condenação, algo entre a fuga e a condenação”.
É necessário considerar que em certas circunstancias, o prazer de satisfazer um instinto se transforma em um tipo de desprazer, que tal satisfação seria invariavelmente agradável em si mesma, embora irreconciliável com outras reivindicações e intenções, causando prazer em um lugar e desprazer em outro.
A repressão não surge nos casos em que a tensão produzida pela falta de satisfação de um impulso instintual é elevada a um grau insuportável (ex. não reprimimos a fome porque ela chegou a um grau de “sofrimento”). A essência da repressão consiste em afastar determinada coisa do consciente, mantendo-a a distância. 
Repressão primeva – uma primeira fase de repressão, que consiste em negar entrada do representando psíquico do instinto no consciente.
Repressão propriamente dita: Segunda fase da repressão, afeta os derivados mentais do conteúdo reprimido, quando o instinto sofre algumas associações de idéias e por conta disso, ele originalmente também é reprimido e “substituído” por esses outras associações.
Funciona como uma repressão posterior.
A repressão não impede que o representante do instinto continue a existir no incs, se organize, de origem a derivados e estabeleça ligações. Na verdade a repressão só interfere na relação do representante instintual com o cs.
O representante instintual “se prolifera no escuro”, assumindo formas extremas de expressão mesmo estando fora do cs.
Quando se formam derivados suficientemente afastados do representante reprimido- quer devido à adoção de distorções, quer por causa do grande numero de elos intermediários inseridos, eles terão livre acesso ao cs. Tudo isso se passa como se a resistência do cs contra eles constituísse uma função da distancia existente entre eles e aquilo que foi originalmente reprimido.
Na clínica psicanalítica, o paciente faz as associações até ser levado de encontro a pensamentos cuja relação com o reprimido fique tão óbvia, que force a repetir sua tentativa de repressão.
Via de regra a repressão só pode ser removida temporariamente, reinstalando-se imediatamente.   
O processo de repressão não deve ser encarado como um fato que acontece uma única vez, produzindo resultados permanentes.
Podemos supor que o reprimido exerce uma pressão continua em direção ao cs., de forma que essa pressão pode ser equilibrada por uma contrapressão incessante.
O conteúdo reprimido também é mobilizado durante o sono, permitindo a produção dos sonhos.
O instinto pode se reprimir de duas maneiras: Ou ele é inteiramente suprimido, de modo que não se encontre qualquer vestígio ou aparece como um afeto que pode estender para outros derivados ou transformado em ansiedade.
Se uma repressão não conseguir impedir que surjam sentimentos de desprazer e de ansiedade, pode-se dizer que ela falhou essas repressões que “falham” exercerão maior influencia sobre nosso interesse do que qualquer outra que possa ter sido bem sucedida, já que na maioria das vezes, escapará ao nosso exame.
O mecanismo de repressão não coincide com o mecanismo da formação de substitutos.
Existem numerosos e diferentes mecanismos de formação de substitutos.
Os mecanismos de repressão têm pelos menos uma coisa em comum: uma retirada da catexia de energia.
Na histeria da ansiedade, o impulso instintual sujeito a repressão é uma atitude libidinal para com o pai, aliado ao medo dele.Após a repressão, esse impulso desaparece da cs, substituindo o pai por algum outro objeto (um animal por ex.) O resultado é um medo desse “animal”, em vez de uma exigência de amor feita ao pai.
Na histeria de conversão existe uma extensa formação de substitutos e é completada pela formação do sintoma.
Na neurose obsessiva, existe a duvida quanto ao que se deve considerar como sendo o representante instintual sujeito a repressão uma tendência libidinal ou hostil – pois a tendência sádica foi substituída por uma afetiva. É esse impulso hostil contra alguém que é amado que se acha sujeito a repressão.

domingo, 26 de setembro de 2010

Winnicott: A Posição Depressiva no Desenvolvimento Normal 1954

 Á seguir, em breve tópicos, importantes conceitos citados no texto:
Winnicott vai explicar o conceito de Posição Depressiva de Melanie Klein a partir de seu ponto de vista, segundo os estudos que realizou nas supervisões de caso tidas com ela.
O termo “normal” do título refere-se à Posição Depressiva como parte do desenvolvimento saudável dos bebes.
O termo “depressiva” nada tem a ver cm a patologia depressão. Sugere o termo estado de concernimento”
Se o individuo consegue relacionar-se com outras pessoas é porque ele já ultrapassou a Pos. Depressiva. O contrário disso, o indivíduo terá dificuldades na integração de sua personalidade e no relacionamento com o meio ambiente.
Uma criança chega a P.Depressiva sendo sustentada pela mãe- de modo que o bebê tenha chance de elaborar as conseqüências de suas experiências instintivas. A maternagem permite a coexistência do amor e do ódio de uma forma saudável.
Faz uma associação com a Posição Depressiva e a idade do desmame (considerando a melhor fase para o desmame quando a criança é capaz de brincar de deixar os objetos caírem). Não é necessário fixar uma idade exata, mas diz que a PD é algo que se localiza entre seis e doze meses e que representa uma evidencia do crescimento pessoal.
Os estágio anteriores da vida ou da análise devem ter sido ultrapassados sem maiores problemas para que a PD seja alcançada e para isso o bebê necessita estabelecer-se como uma pessoa inteira,ter vivencia de estar dentro de seu próprio corpo e é a partir daí que Winnicott vai fazer as suas considerações.
A princípio a criança é impiedosa. A mudança para a aquisição da piedade é gradual através da maternagem assim caracterizando a PD (da pré piedade para a piedade).
A função do ambiente – o momento seguinte á obtenção do status de unidade vai depender de um ambiente estável e confiável.
O bebe começa a unir as duas imagens que tem forma da mãe (aquela mãe que o acolhe e o satisfaz e aquela mãe alvo de seus ataques (“tensão instintiva”) no momento em que o bebe está com raiva, excitado e nervoso.
“Chega um momento em que ele começa a perceber que existem dois usos inteiramente diferentes da mesma mãe. – neste período há uma percepção da identidade de dois objetos e o inicio do reconhecimento de que existem idéias, fantasias e imaginações.
Ansiedade depressiva – uma briga entre o que é sentido como bom, ou seja, apoiando o eu, alimentando-o e satisfazendo-o, e o que é sentido como mau, persecutório para o eu, alvo de voracidade, o que o agrada e depois o rejeita.
Neste momento é muito importante que haja um ambiente suficientemente bom caracterizado pela sobrevivência da mãe.
            “O bebê toma a cs de que a mãe tranqüila esteve envolvida com a grande onda da experiência instintiva e sobreviveu. Isto se repete dia após dia, e finalmente ocorre um somatório que faz o bebe começar a reconhecer a diferença entre os fatos e a fantasia, ou entre a realidade interna e externa.
A mãe vai mostrando para o bebe que ele tem coisas ruins e boas para oferecer e ela aceita ambos.
Conceito do seio bom: Mãe que sustenta a situação, mantendo-se inteira. Assim o bebe pode internalizar essa maneira de lidar com as situações e seguir em frente no desenvolvimento.
O bebê pela primeira vez percebe que tem ALGO para oferecer (diferente de antes em que só recebia) e é traves desta doação que ele vai tentando fazer a reparação com a mãe.
Estabelece-se um ciclo benigno:
-um relacionamento complicado do bebe com a mãe.
- uma leve preocupação com as conseqüências
- uma elaboração interna, um balanço dos resultados.
- uma capacidade de dar, devido a separação do bom e do ruim internos
- reparação.
Aparecimento da Culpa- fonte normal e saudável nos relacionamentos devido ás ambigüidades. Culpa verdadeira e não uma culpa implantada (falsa para o eu).
Após algum tempo o individuo será capaz de constituir memórias de experiências sentidas como boas, e o molde da mãe sustentando a situação, torna-se parte do eu, assim a mãe real vai sendo cada vez menos necessária e um ambiente interno vai sendo adquirido.  
Mundo interno do individuo que alcançou a P.Depressiva constitui:
- Forças em conflito
-Objetos bons e maus
- Materiais percebidos como bons e introjetados para fins de enriquecimento e estabilização de personalidade.
- Material percebido como mau, introjetado no intuito de ser controlado.
Existem vários outros MEC. De defesa para a PD (isolamento de grupos persec., introj. Do obj idealizado, proj. mágica do bom ou do mau, negação...)
Defesa Maníaca- tentativa de lidar com estado depressivo. Nega aquilo que esta sendo sentido convertendo em seu oposto. Sua presença pode significar que a posição depressiva foi alcançada, mas mantida a distancia ou negada, mais do que perdida.
Quando a PD foi alcançada e bem estabelecida, a reação á perda é de tristeza e dor, se ocorreu uma falha a reação é a depressão.